Da Redação

Com o objetivo de traçar uma estratégica única para conter o avanço da Covid 19 em Curitiba e região, representantes dos hospitais, estabelecimentos de saúde, operadoras de planos de saúde e do comércio da capital realizaram uma reunião online nesta sexta-feira (19) com a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak. Todos os participantes reforçaram o apoio às determinações da prefeitura e do governo estadual de isolamento diante do agravamento da crise da pandemia.
Participaram do encontro os presidentes do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar), Flaviano Feu Ventorim, que conduziu a reunião, da Unimed Curitiba, Rached Traya; da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), Eduardo Lourenço Barbos; da Fundação Copel e representante do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski; da Bradesco Saúde, Maire Oliveira; diretores dos hospitais Marcelino Champagnat, Nossa Senhora das Graças, Vita, Nações, Erasto Gaertner, São Vicente, Maternidade Curitiba, Maternidade Curitiba, Sugisawa e Heildelberg. A Associação dos Hospitais do Paraná (Ahopar), presidida por Márcia Rangel, e a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), também presidida por Flaviano Ventorim, e o presidente da Associação Comercial do Paraná, Camilo Turmina, acompanharam a reunião.
Além de apoiar as medidas de restrição das atividades, conscientização da população para o momento crítico, os representantes da área da saúde pediram apoio das entidades representantes da sociedade civil, especialmente no respeito e valorização dos profissionais de saúde que vêm sofrendo preconceito e hostilidade por parte da população no transporte coletivo.
LEIA TAMBÉM:
- Sob bandeira laranja, GM orienta comércio e fecha galeria no Centro de Curitiba
- Inverno no Paraná terá pouca chuva e oscilações de temperaturas, prevê Simepar
Os hospitais concordam que há risco iminente de colapso na rede de saúde, caso não sejam respeitadas as medidas de restrição, principalmente o distanciamento social. “É uma situação muito difícil para nós. Temos que tomar decisões todos os dias para tentar proteger a sociedade porque só a abertura de leitos não vai funcionar”, explicou a secretária. Ela se refere à possibilidade de a rede pública de saúde ter que buscar mais leitos na rede privada para atender uma demanda que cresce exponencialmente.
Desde o início da pandemia, em 11 de março, 2.543 casos de novo coronavírus já foram confirmados e 97 pessoas morreram vítimas da Covid 19 em Curitiba. Os dados são desta quinta-feira (18), quando a taxa de ocupação de UTIs SUS para Covid-19 estava em 75%, com 223 leitos ativados. Na quarta-feira (17), os hospitais públicos e privados já estimavam ocupação entre 85% e 100% das UTIs em geral, sem distinção entre Covid e outras internações, pois há hospitais que não têm UTIs específicas.
Os representantes dos hospitais e as operadoras concordam que mesmo colocando mais leitos à disposição da rede pública isso não será suficiente se a propagação do vírus não for contida. E que isso só vai acontecer com o reforço no isolamento social, além das medidas de segurança amplamente divulgadas, como o uso de máscara e a higienização correta das mãos. “Estamos buscando alternativas para garantir mais estrutura para otimizar a utilização dos leitos disponíveis nas redes pública e privada. Avaliamos a possibilidade de um hospital de campanha apenas para as vítimas da Covid 19”, adiantou o presidente do Sindipar, Flaviano Ventorim.
Unimed prevê aumento da demanda hospitalar
O presidente da Unimed Curitiba, Rached Traya, pediu um “salto de ousadia” das autoridades para que a rede de saúde possa se preparar para o aumento da demanda que vai acontecer inevitavelmente, com a chegada de novos casos aos hospitais. Ele elogiou as ações de contenção ao vírus desde que a pandemia começou, mas disse que é preciso reforçar essas medidas antes que o caos se instale. Atualmente Curitiba tem disponíveis 5.730 leitos gerais nos hospitais privados (sendo que 3.588 são associados do Sindipar, Femipa, Ahopar e Fehopar) e 927 UTIs (618 associados das entidades). Dos leitos associados, a ocupação média de UTIs já está entre 85% e 95%, com pacientes com outras doenças e pacientes com a Covid 19.